Clique no título para acessar o artigo ou capítulo publicado
O Masoquismo. In: A Dor Psíquica. Rio de Janeiro: Companhia de Freud, 2012.
RESUMO
Capítulo do livro “A Dor Psíquica” sobre o masoquismo.
Desamparo e alteridade: o sujeito e a dupla face do outro. In: Psicologia USP, vol. 22, n.4, 2011.
* Artigo escrito em coautoria com Natália De Toni Guimarães dos Santos
RESUMO
Abordaremos, neste artigo, a noção de alteridade, que se encontra intrinsecamente articulada na obra freudiana ao estado de desamparo do ser humano. O recém-nascido, por causa de sua imaturidade motora e psíquica, é incapaz de satisfazer por si só suas necessidades vitais de sobrevivência, o que tem como contrapartida a dependência do outro, condição estruturante do próprio sujeito. Analisa-se a alteridade como um complexo com dupla face, tecido em uma relação que remete ao mesmo tempo ao semelhante e ao estranho, o que engendra um risco para o sujeito: não há qualquer garantia quanto ao que se pode esperar do outro. Debruçar-nos-emos sobre esse estado característico do início da vida, que lança o homem ao campo do outro, da linguagem e da cultura, para mostrar como se dá o processo de constituição psíquica. Propomos que o estado de desamparo está associado à incerteza e à ausência de garantias provindas do outro.
RESUMO
A proposta do artigo é analisar a presença da figura do masoquismo no sofrimento contemporaneo, com o pressuposto de que há, hoje, uma intensificação dos mecanismos da servidão. A idéia geral é que o masoquismo é um efeito do desamparo que se constituiu como marca da modernidade. Faremos uma gênese do conceito de desamparo na teoria freudiana para, depois, articularmos esta noção com o masoquismo. Aproximaremos a noção freudiana de desamparo da análise de alguns sociólogos sobre a contemporaneidade.
RESUMO
Neste artigo, pretendemos aproximar a problemática do masoquismo na psicanálise da experiência erótica. A partir do texto de Freud “O problema econômico do masoquismo” (1924), buscaremos diferenciar dois modos distintos de abordagem teórica desta noção. De um lado, situamos um masoquismo mortífero, fruto da submissão ao outro e da culpabilidade, que pode ser definido por meio dos masoquismos feminino e moral. De outro lado, uma outra experiência do masoquismo pode ser vislumbrada com o conceito de masoquismo erógeno, o qual podemos aproximar do erotismo. Este modo de masoquismo é desenvolvido a partir da perspectiva da mescla pulsional, sendo o remanescente do momento do encontro originário entre Eros e pulsão de morte. É condição de possibilidade dos outros dois masoquismos, mas situa-se em um nível estrutural teórico diferente daqueles. Neste sentido, o masoquismo erógeno aponta para um modo de prazer que não se dirige pelo princípio do prazer, mas por um prazer que, por poder existir simultaneamente à dor, é uma experiência de intensidade e de potência eruptiva.
RESUMO
O trabalho propõe uma análise do masoquismo como uma figura da servidão, frisando que o fundamental nessa categoria psíquica não é que o sujeito masoquista sinta prazer com a dor, mas que ocupe posição de humilhação e assujeitamento na relação com o outro. Gozar com a dor não é o que determina o masoquismo, apesar de ter sido essa sua representação mais destacada no discurso psicopatológico da segunda metade do século XIX. O masoquismo da contemporaneidade é uma figura tecida socialmente por meio de uma rede horizontal: um outro indivíduo, um par, é posto pelo sujeito no lugar de mestre, soberano, sendo importante enfatizar a diferença entre essas duas formas de poder, uma vez que a relação dos súditos com o soberano no poder monárquico era essencialmente de obediência, e não de masoquismo. Assim, a proposta é articular soberania e subjetividade por meio da questão do masoquismo.